sábado, 30 de agosto de 2014

MARINA, UMA AVENTURA QUE A MÍDIA E O MERCADO FABRICARAM PARA DERROTAR O PT, CUMPRIDO ESSE PAPEL, SERÁ DOMESTICADA, OU JOGADA FORA ( Helder Molina - Blog do Helder Molina)


Marina ocupa um vácuo político, de coloração difusa, mas hegemonicamente á direita do processo político e ideológico, fortalecida pela demonização da política patrocinada esses anos todos pela mídia privada e monopolista, que odeia a esquerda, e o governo do PT. Um eventual governo Marina Silva é um enorme risco para o país. Analistas já comparam a Jânio Quadros e Fernando Collor – pelo isolamento, pela falta de estrutura partidária, pela ausência de jogo de cintura para tratar com os políticos e pela falta de um projeto mais amplo de país.
Marina é cercada por grupos absolutamente heterogêneos, onde despontam desde “operadores” de mercado (no pior sentido), como André Lara Rezende, a um certo empresariado industrial paulista mais moderno, os nacionalistas do PSB, e ONGs do setor privado, de boa reputação. Juntos, não formam um projeto. Mais que isso, sobre essa orquestra disforme paira a personalidade de Marina. É imensamente mais teimosa e menos preparada que Dilma.
O crescimento de sua candidatura não se trata de um fogo arisco, como tantos outros da história recente do país. Não sabemos, ainda se essa a onda irá refluir, não se tenha dúvida. Não se sabe apenas se refluirá antes de terminadas as eleições. Mas sua eleição é inegavelmente uma aposta de altíssimo risco.
Depois de junho, há sempre um… agosto. Sim, é como se este agosto de 2014 fosse a continuação inexata e algo surpreendente daquele junho de 2013 – que levou milhares às ruas.
Exatamente aí veio o 13 de agosto. Aécio e sua tentativa de “tucanismo renovado” caíram no avião, com Eduardo. A velha UDN vai embarcar no vôo solo de Marina? Só a Política pode evitar um mergulho que seria não rumo ao desconhecido, mas rumo a uma história que conhecemos tão bem.
Marina é uma ilusória “novidade” política, ela tem mais de 30 anos de vínculos políticos e partidários, inclusive tendo passado por vários partidos e dentro do PT por várias tendências, não sendo uma “neófita” qualquer. Depois de romper com o PV e tentar lançar o seu “não-Partido”, a Rede, Marina, tentou viabilizar sua candidatura presidencial, como se fosse uma ungida das ruas. O episódio de entrada no PSB, a aliança para ser vice de Eduardo Campos, numa coligação cheia de políticos regionais retrógrados, como os Bornhausens, Heráclito Forte, a aliança com Alckmin (PSDB) e Beto Richa (PSDB), claramente não aponta para o “novo”.
A morte trágica de Eduardo Campos, acelerou e aguçou essas contradições A troca de comando da campanha com afastamento de pessoas fiéis a Eduardo Campos e costura de novas alianças internas no PSB, não abalaram a imagem de Marina que não tem “compromisso com os políticos tradicionais”.
Os coordenadores e tutores econômicos de Marina, Eduardo Gianetti e Maria Alice Setúbal (Neca) trataram de dizer ao “Deus Mercado” que o projeto do “Novo” é um conjunto de medidas ultraliberais, com ênfase no BC independente e mais uma vez para qualquer tema, plebiscito, numa indicação de que congresso e negociação política não estarão na ordem do dia. Uma espécie de governo de autocratas, de déspotas esclarecidos, com programa de governo ultraliberal, o que pode efetivamente fazer o Brasil retroceder ao pré-Lula, até pré-FHC, uma aventura à la Collor.
Marina é uma ruptura radical à Direita, o passado de esquerda se perdeu no século passado, resta uma figura mística, de guru oriental, que é bem tutelada por espertos banqueiros e especialistas do mercado financeiro. A ordem cega é a derrota do projeto petista, não importando as consequências sociais e políticas, não há vácuo ou adoção de soluções “mistas” ou de governo com “FHC e Lula”, pois isto não passa de peça de propaganda para enganar os incautos.
A farsa da negação política, não serve nem para o consumo interno, todo e qualquer passo dela é político, a maioria na direção inversa do prometido, pois reforça o pior do cidadão, quando nega a política, acaba dando lugar a todo tipo de charlatão, principalmente os mais conservadores e reacionários, como é o caso dela mesma. Portanto não nos iludamos: de onde nada se espera, nada vem.
É hora de recalibrar o discurso e qualificar o debate, desmitificar a farsa e continuar construindo este duro caminho, que espero, com mais ousadia e menos medo.

OU PT GIRA À ESQUERDA, OU PERDE AS ELEIÇÕES:


(Helder Molina - Blog do Helder Molina)
Ou o PT assume um discurso e uma ação à esquerda, resgatando e velha e não superada luta de classes, perde as eleições. O PT parece que esqueceu suas origens de esquerda, de massas, de militância, de rua, de combate. Não há ilusão, agora, a melhor (talvez a única) forma de enfrentar Marina é aprofundar um programa de esquerda. Dilma terá que caracterizar Marina como a candidata do grande capital, dos banqueiros, do agronegócios, do Estado mínimo, de revogação das conquistas sociais, de volta do receituário privatista e neoliberal. Ou não essa aura de fadinha da floresta da Marina, com apoio de toda mídia privada, ganha a disputa. Ela, Dilma, terá que assumir as bandeiras da classe trabalhadora: manutenção dos reajustes do salário minimo acima da inflação, manutençao das conquistas sociais, fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho, mais direitos sociais, combate ao rentismo. Acima de tudo fazer a disputa ideológica que essa tal "nova classe média" (balela, isso não existe, só no discurso da Dilma) e a juventude de celular nas mãos, nos derrotará. Não sei quem vai me ouvir, ou ler, mas é o que penso. A direção do PT, Lula, enfim, tem que girar à esquerda. Agora, e promover um SETEMBRO VERMELHO! Resgatando um partido militante, ou...